A reabilitação neurofuncional baseada em evidências é essencial para o manejo da Doença de Parkinson. Combinando exercícios específicos, realidade virtual e uma abordagem multidisciplinar, é possível melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
A Doença de Parkinson (DP) é um distúrbio neurodegenerativo crônico que afeta o movimento e outras funções motoras. A reabilitação neurofuncional tem se mostrado essencial na gestão desses sintomas, promovendo a melhora da qualidade de vida e a manutenção da independência funcional dos pacientes. Abordagens baseadas em evidências, que se concentram em exercícios específicos e técnicas inovadoras, são cruciais para o tratamento eficaz da DP.
Princípios da Reabilitação Neurofuncional
A reabilitação neurofuncional para DP baseia-se na neuroplasticidade, ou seja, a capacidade do cérebro de se reorganizar e criar novas conexões neurais em resposta à prática repetida de atividades motoras. Pesquisas recentes indicam que o exercício regular e direcionado pode promover adaptações benéficas no sistema nervoso, melhorando a coordenação motora, o equilíbrio e a mobilidade dos pacientes com DP (LOMBARDI et al., 2024).
Exercícios Funcionais e Treinamento de Equilíbrio
O treinamento de equilíbrio é uma componente vital da reabilitação para pacientes com DP. A instabilidade postural é um sintoma comum da doença, aumentando o risco de quedas. Intervenções que incluem o uso de superfícies instáveis e exercícios que desafiam a estabilidade são eficazes na melhoria do equilíbrio dinâmico. Estudos demonstram que esses exercícios podem reduzir significativamente o risco de quedas e melhorar a confiança dos pacientes em suas atividades diárias (RAFFERTY et al., 2023).
Terapia com Realidade Virtual
A realidade virtual (RV) tem ganhado destaque como uma ferramenta inovadora na reabilitação de DP. Ao permitir que os pacientes pratiquem movimentos funcionais em ambientes simulados e controlados, a RV oferece uma forma lúdica e motivadora de terapia. Os resultados de pesquisas indicam que o uso de RV pode melhorar a coordenação motora e o equilíbrio, além de proporcionar um maior engajamento dos pacientes no processo de reabilitação (GAGE; STOREY, 2004).
Abordagens Multidisciplinares
A reabilitação de pacientes com DP é mais eficaz quando realizada por uma equipe multidisciplinar, que pode incluir fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e neurologistas. Essa abordagem permite a criação de um plano de tratamento personalizado, que aborda as necessidades específicas de cada paciente. A colaboração entre os profissionais de saúde contribui para uma melhora mais ampla e sustentada da qualidade de vida dos pacientes (RAFFERTY et al., 2023).
Conclusão
A reabilitação neurofuncional baseada em evidências é fundamental para o manejo da Doença de Parkinson. A integração de exercícios funcionais, treinamento de equilíbrio, tecnologias como a realidade virtual e uma abordagem multidisciplinar resultam em melhores resultados para os pacientes. Continuar a investigar e implementar essas práticas avançadas é essencial para o avanço da terapia e para proporcionar uma melhor qualidade de vida aos pacientes com DP.
Referências
- GAGE, H.; STOREY, L. Rehabilitation for Parkinson’s disease: a systematic review of available evidence. Clinical Rehabilitation, v. 18, n. 5, p. 463-482, 2004.
- LOMBARDI, G. et al. Comparing the effects of augmented virtual reality treadmill training versus conventional treadmill training in patients with stage II-III Parkinson’s disease: the VIRTREAD-PD randomized controlled trial protocol. Frontiers in Neurology, 2024. Disponível em: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fneur.2024.1338609/full. Acesso em: 7 ago. 2024.
- RAFFERTY, M. et al. Frameworks for Parkinson’s Disease Rehabilitation Addressing When, What, and How. PubMed, 2023. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37814671/. Acesso em: 7 ago. 2024.