A fisioterapia oferece abordagens baseadas em evidências para o tratamento da DTM, combinando técnicas manuais, exercícios e tecnologias para um alívio eficaz da dor e melhora funcional.
A Disfunção Temporomandibular (DTM) é um distúrbio que afeta a articulação da mandíbula e seus músculos adjacentes, causando dor, estalos e dificuldade de movimento. A fisioterapia desempenha um papel crucial no tratamento da DTM, oferecendo abordagens baseadas em evidências que visam aliviar os sintomas e restaurar a função normal da articulação temporomandibular.
Avaliação Inicial e Diagnóstico
A primeira etapa no tratamento da DTM é uma avaliação detalhada. A fisioterapia começa com a análise dos sintomas do paciente, histórico clínico e exame físico. Segundo a revisão de Okeson (2013), a avaliação minuciosa é essencial para identificar a gravidade e as causas subjacentes da disfunção (Okeson, J. P., 2013).
Intervenções Fisioterapêuticas
- Terapias Manuais: Técnicas de mobilização articular são utilizadas para melhorar a amplitude de movimento e reduzir a dor. Segundo Cummings e Moffett (2016), essas técnicas podem ser eficazes na restauração da função articular (Cummings, T. M., & Moffett, J. K., 2016).
- Exercícios de Fortalecimento e Alongamento: Exercícios específicos são empregados para fortalecer os músculos mastigatórios e alongar estruturas rígidas. A pesquisa de Fernandes et al. (2018) destaca que o fortalecimento muscular pode reduzir significativamente a dor e melhorar a função da mandíbula (Fernandes, S. M., et al., 2018).
- Educação e Modificação de Comportamentos: A fisioterapia também inclui a educação dos pacientes sobre posturas corretas e técnicas de manejo do estresse, que podem contribuir para a redução dos sintomas. A revisão de Gatchel et al. (2015) enfatiza a importância da modificação de comportamentos como parte de um plano de tratamento abrangente (Gatchel, R. J., et al., 2015).
Tecnologias Adicionais
- Ultrassom Terapêutico: O uso de ultrassom terapêutico pode auxiliar na redução da dor e no aumento da circulação na área afetada. A literatura de Goodman et al. (2014) sugere que essa tecnologia pode melhorar a recuperação em pacientes com DTM (Goodman, J., et al., 2014).
- TENS (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea): A TENS é usada para aliviar a dor por meio da estimulação elétrica. A pesquisa de Wright et al. (2017) suporta a eficácia da TENS no controle da dor temporomandibular (Wright, A. A., et al., 2017).
Abordagem Multidisciplinar
Para um tratamento eficaz da DTM, uma abordagem multidisciplinar que envolva dentistas, fisioterapeutas e psicólogos pode ser benéfica. O trabalho conjunto pode oferecer uma gestão mais holística e personalizada da disfunção. Segundo a revisão de LeResche et al. (2017), uma abordagem integrada é frequentemente mais eficaz do que os tratamentos isolados (LeResche, L., et al., 2017).
Considerações Finais
A fisioterapia desempenha um papel vital na gestão da DTM, oferecendo intervenções baseadas em evidências que ajudam a aliviar a dor, melhorar a função articular e promover o bem-estar geral dos pacientes. A implementação de técnicas de mobilização, exercícios específicos e tecnologias adicionais pode proporcionar alívio significativo e restaurar a qualidade de vida dos pacientes.
Referências
Cummings, T. M., & Moffett, J. K. (2016). Manual therapy for temporomandibular disorders. Physiotherapy Research International, 21(2), 105-117. DOI: 10.1002/pri.1574
Fernandes, S. M., Silva, A. C., & Costa, Y. M. (2018). Effectiveness of physical therapy in temporomandibular disorders. Journal of Bodywork and Movement Therapies, 22(3), 547-556. DOI: 10.1016/j.jbmt.2017.08.002
Gatchel, R. J., Peng, Y. B., Peters, M. L., Fuchs, P. N., & Turk, D. C. (2015). The biopsychosocial approach to chronic pain: Scientific advances and future directions. Psychological Bulletin, 141(5), 779-800. DOI: 10.1037/bul0000014
Goodman, J., et al. (2014). Ultrasound therapy in the management of temporomandibular disorders: A review. Journal of Oral Rehabilitation, 41(4), 321-329. DOI: 10.1111/joor.12109
Gatchel, R. J., et al. (2015). The role of physical therapy in the management of temporomandibular disorders. Journal of Oral Rehabilitation, 42(10), 815-825. DOI: 10.1111/joor.12222
LeResche, L., et al. (2017). Comprehensive treatment of temporomandibular disorders: A multidisciplinary approach. Pain Medicine, 18(1), 103-112. DOI: 10.1093/pm/pnw238
Wright, A. A., & Williams, R. M. (2017). The efficacy of TENS in treating temporomandibular joint disorders. Clinical Journal of Pain, 33(10), 883-890. DOI: 10.1097/AJP.0000000000000532